Citânia de S. Julião



A Citânia de São Julião situa-se na freguesia de Ponte, concelho de Vila Verde.
Foi identificada pelo pároco de Caldelas, João Martins de Freitas, no início do século XX. Os objectos encontrados antigos, foram oferecidos ao museu Pio XII, em Braga.
Várias lendas estão ligadas a este local, como a lenda da cova da Moura, ou a lenda do túnel que ia do alto desse monte até ao rio, onde em tempos longíquos, por aí se refugiavam as pessoas, para assim, também levarem os cavalos a beber ao rio, sem serem notados.








( Guerreiro Galaico encontrado nas escavações arqueológicas da Citânia )



  • O Nome da Freguesia

    A designação mais antiga é de um documento relativo à igreja de Sancti Vicencii de Ripa de Homini (1145), que pela sua localização não deixa quaisquer dúvidas quanto a ser Ponte S. Vicente. Mas logo no início do séc. XIII (1220) a freguesia já é designada como Sancto Vincentio de Concieiro, ou seja São Vicente de Coucieiro, designação que perdurará pelo menos até ao séc. XVI (COSTA, Avelino, II, 199). Só mais tarde, e por causa da Ponte que liga a Caldelas, é que começará a ser designada por S. Vicente da Ponte (ou da Ponte de Caldelas).
    Assim, é o Santo (orago) que dá o nome à freguesia e depois, tal como aconteceu em outros lugares (Carreiras S. Miguel, por exemplo), um dos elementos de comunicação viária (neste caso a ponte) acaba por se sobrepor em importância à própria localidade: da terra de São Vicente passa a ser a terra onde está a Ponte de Caldelas.



    Assentos Paroquiais (1590-1896)
    Os assentos paroquiais da freguesia, depositados no Arquivo Distrital de Braga, compreendem 16 livros: 2 mistos, 6 de nascimentos, 4 de casamentos e 4 de óbitos, de 1590 a 1896.



    O assento paroquial mais antigo da freguesia é um óbito de 1590, que o pároco registou a fls. 27 do livro N.º452: «Margarida Gonçalves mulher de Gonçalo Jorie de fonte de goda que faleceu a 20 de janeiro de mil quinhentos e noventa. Vilela – Gastoulhe o marido ho terco.» Quer isto dizer que a Margarida Gonçalves, mulher do Gonçalo Jorge, da fonte da Goda, morreu no dia 20 de Janeiro de 1590. Assina o pároco Afonso Vilela (1590-1638) e por baixo anota que o marido havia gasto a terça parte. Refere-se ao valor que esta tinha destinado para o seu conforto espiritual, em missas e serviços religiosos. Não conseguimos determinar hoje, se o marido só lhe gastou um terço do que ela destinara, ou se do que destinara, já lhe tinham gasto um terço, em qualquer outra despesa. Actualmente a designação Fonte da Goda ainda subsiste sendo ela o nome de um lugar da freguesia.
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    Padre João Martins de Freitas
    Há dois lados fundamentais na figura de João Martins de Freitas: era um homem de Caldelas e viveu para Caldelas. Foi um homem bom, muito aberto ao seu mundo que foi não só o Pastor do seu Povo, como também um autodidacta artista, arquitecto e arqueólogo e um verdadeiro visionário.
    O facto de nunca ter saído de Caldelas e de ter muito gosto pela História levou-o a procurar o porquê de fenómenos que o rodeavam. Foi por isso que, por conta própria, fez escavações na década de 30 do século XX no Monte de S. Julião (Citânia castreja de São Julião, Ponte São Vicente, Vila Verde), onde encontrou vários objectos arqueológicos, que expôs na sua sala de visitas e que acabou por doar ao museu Pio XII de Braga, por temer pela sua perda ou destruição após a sua morte. 
    Ainda hoje, os seus trabalhos arquelógicos na zona são referidos em literatura da área.




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